Uma vez, eu ganhei um par de Meias. Elas eram listradas de lilás e amarelo e tinham um ursinho azul estampado na ponta, que me encarava simpaticamente todas as vezes que eu as colocava nos pés.
Durante as semanas seguintes, eu só queria usar aquelas meias. E até que certa noite, quando eu as vestia para dormir, elas me fizeram chorar. De emoção, de felicidade, de gratidão.
Eu transbordei um sentimento profundo e bom, que as meias me trouxeram. Um sentimento de conforto, de não estar sozinha. Como um abraço.
A tamanha beleza no ato tão simples de me trazer um par de Meias de uma viagem foi suficiente para me fazer amar o agrado. Logo eu, que nunca tive acesso a um ato de carinho paterno, pude presenciar o quanto é bom ser lembrada. O quanto é bom saber que alguém finalmente apareceu para segurar a minha outra mão e me ensinar a voar. Porque todo mundo precisa disso, no fundo.
E depois de tanto tempo segurando apenas uma mão, Deus, em seu imenso amor, me enviou quem segurasse a outra.
Até agora, não sei descrever e desconheço palavras para o sentimento no meu coração quando olho para o meu par de Meias. Mas de uma coisa eu sei. É bom. E sei que todo mundo precisa saber que não está sozinho. Todo mundo precisa se sentir amado. E entender que a coisa mais simples, o ato mais comum, às vezes pode se tornar o motivo de um sorriso. E é com isso que a gente aprende a amar e ser amado.
É aí que a gente transborda amor, porque só se transborda o que se tem dentro de si. E só se tem o que te dão. E quando você é amado, você simplesmente ama de volta. Ação e reação. Não é essa a lei?
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